Nós passamos a vida inteira a idealizar coisas que às vezes não valem a pena, principalmente quando se trata de pessoas. Tudo bem, quem não o faz, não é? O que se pode fazer se quando nós queremos uma coisa ou uma pessoa, nós só queremos aquilo, somente aquilo e ponto final.
No início nem sequer vemos dificuldades em conseguir lidar com pessoas que não nos dão valor, nem vemos o mal que isso nos faz. Mas com o tempo nós ficamos cansados, talvez fiquemos depressivos, talvez não nos achemos mais capazes, talvez choremos por uns dias, talvez soframos um pouco. E qual é a graça de sofrer? E ainda mais sofrer praticamente em vão?
Se for verdade que o ”pior cego é aquele que não quer ver”, então consequentemente a verdade está bem à nossa frente. Cair na realidade e ver com outros olhos o que está à nossa frente só depende de nós. Valorizar as pessoas certas só depende de nós. Teremos noção de quantas pessoas nos admiram hoje? Quantas pessoas nos amam de verdade? Quantas pessoas querem tentar fazer-nos felizes? Quantas pessoas realmente se preocupam connosco? Claro que não sabemos! Não sabemos porque estamos presos nas pessoas erradas.
Já faz um bom tempo que percebi que quem não me valoriza, não merece a minha valorização, independente de quem seja, pode ser o presidente de Portugal, se não me valoriza, a única coisa que ele terá de mim é a minha indiferença e simpatia claro, afinal sou uma pessoa educada. Valorizar quem nos valoriza está diretamente ligado à nossa auto valorização e amor próprio: se nós nos valorizarmos, nós vamos valorizar quem nos valoriza, porque nós sabemos que não vale a pena desgastarmo-nos com alguém que não se interessa por nós, enquanto quem nos ama de verdade fica à espera da nossa atenção, do nosso amor, do nosso respeito. Nunca vou trocar pedras preciosas por coisas sem nenhum valor para mim.
Não, eu não sou perfeito nem tão pouco estou perto de o ser, mas vivo bem com isso. Reconheço os meus defeitos e os meus erros, aprendo com eles, sem dúvida que sim, mas sei também as minhas virtudes… e quando não sei, há quem me as diga, quem me as mostre, porque os verdadeiros estão comigo, do meu lado, sempre na tentativa de me fazerem ver o meu valor. Sou feliz em ser quem sou, em vencer as minhas próprias batalhas, em fazer de tudo para me superar a mim mesmo, a cada dia que passa. Quem realmente gosta de mim, gosta de mim como eu sou, sem máscaras nem disfarces, sem tentativas falhadas de ser o que não sou. Não tenho corpo de modelo nem cara de boneca de porcelana, nem quero ter. Não tenho cicatrizes, tenho marcas de guerra, dos obstáculos pelos quais já passei e derrubei, tenho marcas das lutas que ganhei, umas na pele e outras no coração. Mas aprendi a gostar delas.
Depois de nos valorizarmos a nós próprios como merecemos, vamos perceber que no mundo há pessoas e pessoas. Vamos perceber que para alguém ter a nossa valorização, é preciso merecê-la. Não basta ter uma cara bonita ou muita lábia. Precisamos saber diferenciar as pessoas e valorizar quem se mostra merecedor do nosso valor.