Porque é que bebemos champanhe na passagem de ano?
O champanhe é algo muito importante nas grandes comemorações, e nunca pode faltar na noite de passagem de ano – de tal forma que 25% de todo o champanhe é vendido nos dias entre o Natal e a noite do fim do ano.
Mas, afinal, porque é que bebemos champanhe ou espumante na passagem de ano? Kolleen M. Guy, professora de história da Universidade do Texas, explica que esta bebida é historicamente associado ao luxo e às festas da realeza e da aristocracia na Europa.
“Depois da Revolução Francesa, tornou-se parte dos rituais seculares que substituíram os rituais religiosos", disse Guy ao site Life's Little Mysteries.
Passou a ser possível, por exemplo, ‘batizar’ um navio sem um padre, usando a ‘água beta’ do champanhe. A bebida passou a ser aberta em casamentos, batizados e outros eventos religiosos.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o champanhe nasceu em Inglaterra e não em França, pois foi em Inglaterra que, no final de 1500, se desenvolveu a tecnologia para engarrafar e selar com rolhas de cortiça as bebidas que continham dióxido de carbono (gás).
Em 1662, o cientista Christopher Merret reportou à Sociedade Real de Londres que adicionar açúcar “promovia a efervescência”, dando ao champanhe as bolhinhas que são a sua assinatura.
No entanto, determinar a quantidade certa de açúcar necessária e evitar que a garrafa explodisse tomou quase um século aos cientistas.
Dom Perignon adicionou duas características para evitar que as garrafas do seu champanhe explodissem: garrafas de vidro mais espesso para suportar a pressão e um laço de corda para manter as rolhas no sítio. As garrafas tornaram-se perfeitas para estourar na noite de Ano Novo.
O champanhe ficou mais acessível no século XIX e tornou-se um fenómeno, sendo usado por toda a gente para comemorar ocasiões festivas.
Kolleen M. Guy destaca: “Na sociedade secular, queremos marcar a felicidade e a santidade da ocasião. O champanhe faz isto simbolicamente, mas também visualmente, uma vez que transborda em abundância e alegria.”
Só o ato de abrir uma garrafa de champanhe é suficiente para marcar uma celebração e, em alguns casos, a bebida nem sequer é consumida – como acontece quando no final de uma corrida de carros, por exemplo, os campeões derramam o champanhe sobre quem está à sua volta.